Maple Bear João Pessoa
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out 04, 2024Será que a forma como você se comunica com seu filho está prejudicando a imagem que ele tem de si mesmo?
AUTOR
Gabriela Pimentel
ASSUNTO
Educação
TEMPO DE LEITURA
5 min
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Maple Bear João Pessoa
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out 04, 2024AUTOR
Gabriela Pimentel
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Educação
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“As palavras têm poder”, já diziam nossas mães e avós quando falávamos algo distorcido sobre nós mesmos ou sobre a vida. Essa frase tão falada pelos mais velhos é a mais pura verdade e é por esse motivo que precisamos ter cuidado com as palavras que usamos na comunicação com os nossos filhos.
É certo que muitas vezes as crianças apresentam comportamentos que nos causam problemas, como por exemplo: não arrumam o quarto, gritam ou batem nos irmãos, tiram nota baixa na escola. Isso desperta em nós sentimentos como raiva, vergonha e preocupação. De alguma maneira precisamos expressar esses nossos sentimentos. E qual é a maneira mais comum de fazer isso? Infelizmente, usando palavras que colocam rótulos na criança!
“Você é muito desorganizado!”, “você é mal educada!”, “você é malvado!”, “você é burra!”.
Para alguns pais, pode parecer inofensivo usar esse tipo de frase na tentativa de “corrigir” a criança. No entanto, essas frases que rotulam os pequenos, podem fazer com que eles construam uma noção negativa sobre si. Mesmo que a criança deseje mudar, isso se torna muito difícil para ela, pois ela entendeu (a partir das palavras proferidas pelos adultos de referência) que essas são características dela, que não há como mudar, e por isso a tendência é que a criança passe a se comportar cada vez mais da forma como o adulto já afirmou que ela é. Chamamos essas crenças e expectativas de profecia autorrealizadora, ou seja, os adultos falam dessa maneira, as crianças acreditam e continuam realizando aquilo que os adultos dizem sobre elas.
A longo prazo, essas crianças podem desenvolver mais facilmente transtornos de ansiedade ou depressão, pois tiveram a construção de sua identidade prejudicada, sentem-se inadequadas, não se sentem boas o suficiente e podem construir a ideia de que não são amadas, aceitas e que não correspondem às expectativas dos outros.
O que fazer para quebrar esse ciclo?
Mudar a forma de comunicação!
O comportamento da criança está difícil e você está sentindo raiva? Foque no seu sentimento e no comportamento da criança, usando uma comunicação assertiva. Vejam um modelo que pode ajudá-los a construir essa comunicação.
O comportamento da criança está difícil e você está sentindo raiva? Foque no seu sentimento e no comportamento da criança, usando uma comunicação assertiva. Vejam um modelo que pode ajudá-los a construir essa comunicação.
Então, você pode falar, por exemplo: “Fico com raiva quando você não organiza o seu quarto, isso faz com que eu fique sobrecarregada para organizar toda a casa sozinha, espero que hoje você consiga organizar suas roupas e juntar seus brinquedos, mantendo seu quarto organizado”; “Sinto vergonha quando estou conversando com minhas amigas e você grita, espero da próxima vez que você consiga falar em um tom de voz mais adequado”; “Fico preocupada quando vejo que você não aprendeu algo na escola, vamos construir uma rotina de estudos e você precisará cumpri-la para sanar essas dificuldades”.
Usando esse tipo de comunicação você estará fazendo uso da auto expressão, isto é, você está comunicando a criança o que se passa em você para que ela tenha ideia do impacto que ela causa quando se comporta de determinada forma, assim como você também pode comunicar em seguida as expectativas positivas que você tem para que ela possa modificar o comportamento.
Dessa forma você vai estar fazendo aquela velha e conhecida “crítica construtiva”, que nada mais é do que dar um retorno ao outro sobre o que vemos, na tentativa de ajudá-lo e não de deixá-lo com sentimentos de menos valia, ou baixa autoestima. Assim, favorecemos a aprendizagem social e o desenvolvimento emocional das nossas crianças.
E aí, prontos para substituir os rótulos pela comunicação assertiva?