Maple Bear João Pessoa

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out 24, 2024

Perguntas inusitadas e comportamentos imprevisíveis: como lidar com a curiosidade das crianças?

AUTOR

Rayanne Lima

ASSUNTO

Educação

TEMPO DE LEITURA

5 min

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Imagine que a sua criança de 4 ou 5 anos começa a questionar sobre namoro ou como as crianças nascem, ou que o seu filho ou filha está querendo dar beijos na boca dos colegas ou, ainda, que há um interesse em tocar nas partes íntimas dos outros… É comum que muitos pais se assustem e tenham atitudes extremas do tipo “8 ou 80”: ou ficam sem reação ou hiper reagem frente a essas questões. 

É nessa fase que as perguntas começam a surgir, mas algumas dessas perguntas, por vezes, podem nos deixar sem resposta alguma.

Nessas situações, é importante ter em mente que devemos dar respostas adequadas à faixa etária das crianças e que uma pergunta não respondida pode gerar várias outras indagações. Além disso, quando a explicação não parte da família, a sua criança pode tentar achar respostas em outros “dicionários”, como a internet. Por outro lado, quando temos uma reação exagerada, o nosso comportamento pode gerar ainda mais curiosidade na criança, pois acabamos dando uma atenção desmedida. 

Por isso, você - pai, mãe ou responsável - deve saber que essas curiosidades são comuns ao longo da infância e devem ser tratadas com naturalidade, mas com ações eficazes. É importante fornecer respostas coerentes e verdadeiras, mas adequadas a cada faixa etária. Por volta dos 3 ou 4 anos, quando os questionamentos sobre o nascimento começarem a surgir, podemos explicar que as crianças nascem da barriga da mamãe e redirecionar a conversa para a nomeação de outras partes do corpo, retomando a função de cada uma delas. 

Pouco tempo depois, por volta dos 5 ou 6 anos, algumas crianças podem começar a querer beijar os pares e até os adultos na boca, e podem chamar os colegas de “namorado”. Esses gestos são entendidos como uma forma de demonstração de afeto - não podemos nos esquecer que as nossas crianças comumente vêem adultos se beijando. Portanto, é importante explicar que o beijo na boca não é uma forma adequada de demonstração de carinho na infância, mas que há muitas outras formas possíveis: dar um abraço, escrever uma carta, fazer um desenho, chamar para brincar junto, etc. Além disso, é importante educar os filhos para que eles compreendam que crianças não namoram. 

Ainda nessa idade, meninos e meninas podem apresentar interesse em tocar ou mostrar/ver as partes íntimas. Esses comportamentos podem ser chocantes para muitos pais em um primeiro momento, mas é preciso ter em mente que, nessa idade, é improvável que esses gestos tenham uma conotação sexual. Devemos nos lembrar de que, ao longo da infância, as crianças vão descobrindo o próprio corpo e é natural demonstrar curiosidade sobre esse tema.

Quando a sua criança demonstrar essa curiosidade, talvez seja o momento de conversar sobre as partes do nosso corpo que são privadas. Podemos introduzir o diálogo de modo simples, retomando as partes do corpo que já foram mencionadas anteriormente, e explicar que algumas regiões do nosso corpo são íntimas e não podemos mostrar ou tocar nas partes privadas do outro e nem permitir que o outro toque ou veja as nossas. 

Agora que você já sabe como lidar com esses temas, pode ficar tranquilo(a) para conversar com calma e naturalidade sobre essas e outras questões que podem surgir. 

Lembre-se: a curiosidade é o desejo de conhecer um mundo completamente novo aos olhos das crianças e é uma aliada em todas as esferas do desenvolvimento infantil.